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Nesta página você encontrará alguns artigos sobre Integração Estrutural. Boa leitura!
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TEXTO 1
Educação Corporal e rolfing: indicações para um possível diálogo
"... cada pessoa que entra em contato com uma criança é um professor que incessantemente lhe descreve o mundo, até
o momento em que a criança é capaz de perceber o mundo tal como foi descrito"
Carlos Castañeda, Journey to Ixtlan
Em certo nível todos nós somos crianças, mais ou menos experientes, a observar e por vezes crer nos mundos descritos pelas
mais diversas pessoas. No entanto podemos, até certo ponto, discriminar os modelos e visões que mais dizem respeito à nossa
natureza pessoal. Não faltam opções. Se escolhemos tai chi chuan ao invés do funk, ou da ginástica localizada, é por que optamos
por uma linha de desenvolvimento corporal que enfatiza aspectos mais suaves da atividade. Se optamos por nada fazer, temos
de ter em mente que este prazer tem suas conseqüências. Se escolhemos jogar futebol aos sábados, talvez seja mais pela convivência
com pessoal da quadra e pelo clima de confraternização, do que propriamente pelo jogo. Nossas crenças direcionam nossas escolhas.
Mas, o que dizer das crianças? A que modelos corporais estão elas expostas? Que aspectos elas procuram desenvolver ao perceber
quais modelos são mais valorizados socialmente.
Todos aqueles que trabalham direta ou indiretamente com o corpo, nas mais diversas instituições (escolas, academias, clubes,
clínicas etc) são, em parte, responsáveis pelos modelos corporais vigentes. Os meios de comunicação exploram até a náusea
a nudez fragmentada de peitos e bundas e seu mercado correlato. No esporte, a competição impõe padrões corporais e de conduta
pouco louváveis, para dizer o mínimo, na maioria das vezes. No entanto, também é grande o mercado para aqueles que se propõem
curar as dores físicas e psicológicas dos excessos, nas oficinas de recuperação corporal e, por outro lado, outras que prometem
minimizar o tédio e o grande, como diria Freud, mal-estar da civilização.
Um bom exercício é observar os corpos vendidos pelos meios de comunicação. Serão eles equilibrados? Em função de algumas
especificidades, os critérios que norteiam alguns trabalhos corporais visam a deformação para uma melhor performance. Assim,
pouco importa se o jovem atleta de handebol já desenvolveu uma hiperlordose lombar e hipertonicidade dos membros superiores,
desde que seu corpo esteja adaptado aos choques frontais e aos fortes arremessos necessários ao jogo. O mesmo se pode dizer
de todos os esportes praticados em alto nível, sem exceção. Nos outros modelos (dança, ginástica, circo etc) o quadro não
é muito diferente. Profissionais, muitas vezes mal preparados, lançam mão de recursos lesivos para atingir objetivos em curto
prazo. Na formação da maioria deles, estudou-se a anatomia por slides ou, com sorte, em corpos mortos, mesmo que em peças,
como num açougue. O que esperar deste tipo de formação? Os conhecimentos desenvolvidos nas faculdades de Educação Física sobre
a biomecânica são, em sua maioria, estudos newtonianos, baseados em estruturas mecânicas, Dentro desta visão, os ossos são
os responsáveis pela sustentação do corpo, ao invés de sustentarem-se através do invólucro (fáscia) e pelos tecidos moles,
como afirma o rolfing. Reina um quase completo desconhecimento dos profissionais do corpo acerca de trabalhos revolucionários
como a Integração Estrutural que, se houvesse um diálogo franco entre as diversas abordagens corporais, poderiam ser melhor
compartilhados.
Penso na Integração Estrutural como um processo pedagógico com intervenção direta, manipulativa e co-participativa, em
direção ao equilíbrio do corpo. Alguns conhecimentos e conceitos são de fundamental importância para se estabelecer uma relação
entre educação corporal e rolfing:
· O estudo da anatomia funcional, que tem o corpo vivo como modelo, possibilita observar profundamente a relação entre
os diversos segmentos corporais e suas relações. O corpo é visto como uma rede viva na qual todas as partes têm partes e todas
elas fazem parte de um todo maior. A conexão está em toda parte, e o movimento pulsátil de toda a estrutura é a tônica do
processo vivo.
· O conceito de tensegridade, que transcende a visão newtoniana da biomecânica, introduzindo a idéia de sustentação do
corpo através da rede miofascial, ao invés da idéia de sustentação pela coluna, chamada apropriadamente no rolfing de espinha.
Seu papel seria mais o de proteger a medula do que sustentar a estrutura, flutuando em seu interior. Isso muda a idéia vigente
de equilíbrio e dinâmica corporal. A flexibilidade, a mobilidade e a fluidez são eficientes na sustentação e os ossos seriam
uma densificação do tecido conjuntivo auto-sustentado.
· A visão relacional do core/sleeve. Interno e externo. A musculatura intrínseca, também chamada core, é responsável pelo
início dos movimentos realizados pelos grandes músculos de ação pesada (sleeve). A idéia de core é desconhecida nas faculdades
de Educação Física, que, em sua grande maioria, privilegiam o estudo do desenvolvimento do sleeve. A importância do íleo psoas
e dos rombóides na verticalidade e horizontalidade corporal, respectivamente, bem como o papel, por dos rotadores, são ignorados
por completo nos currículos. Desenvolver a consciência do core, ou pelo menos não esquecer de sua existência, na aprendizagem
ou realização de qualquer movimento, deveria estar em qualquer proposta de educação corporal, em qualquer nível. No entanto,
as analogias são evidentes. Desenvolver o core significaria fortalecer a originalidade e a criatividade, ao invés do automatismo,
na contramão da cultura oficial que privilegia a eficiência fria e automatizada.
· A idéia da linha. Esta forma de pensar, que tem suas origens na yoga, parte do princípio de que é possível organizar
o corpo em torno de um centro multidimensional através do qual flua a força da gravidade. Sem lutar contra este poder imenso,
integrando-se a ele, podemos compartilhar de sua força e agir de maneira mais econômica do ponto de vista energético.
· A importância da fáscia na sustentação e equilíbrio do processo corporal . Chamado, apropriadamente, pela Dra. Rolf
de órgão da sustentação este tecido é a imagem viva da unidade corporal. Todo o tecido conjuntivo (ossos, músculos, revestimento
dos órgãos internos) é uma unidade com origens mesodérmicas, com íntima relação com os demais sistemas (nervoso, linfático,
circulatório e respiratório). Qualquer ação em qualquer ponto desta rede reflete em sua totalidade, diferentemente da visão
atomizada e fragmentada do modelo biomédico vigente.
· Uma nova visão da relação estrutura/função. Alterar a estrutura miofascial através da ação (mecânica, térmica, eletromagnética,
ou química) altera a função (movimento). Mover-se fora do padrão predominante, altera a estrutura corporal e, conseqüentemente,
seu equilíbrio no campo gravitacional. É fundamental o papel da consciência em qualquer processo de transformação. Alterações
no processo corporal são mudanças efetivas no Ser.
· A relação entre flexores/extensores. É para se meditar profundamente sobre uma fala da dra. Rolf: "Em um corpo
equilibrado, os flexores fletem e os extensores estendem". Basta observar de maneira grosseira que a tensão constante
é a tônica da nossa cultura. Flexores e extensores lutam entre si, ao invés de agirem coordenadamente.
Estas são questões que deveriam estar na pauta de todo educador corporal. Sua responsabilidade cresce na medida que cresce
o seu conhecimento acerca da realidade com a qual trabalha. Suas propostas e planos de ensino poderiam ser revistos através
de uma óptica de maior profundidade.
Que mundo podemos descrever para as crianças? O mundo do medo e da repressão, que paralisam e congelam não só a região
lombar, mas toda a alma? Do esporte formal no qual a repetição é a chave do desempenho? De barrigas e traseiros duros e sem
pulsação vital? Da eficiência e da performance a todo custo? O mundo do desprazer ou do prazer corporal fast-food e da descartabilidade
sexual ? Ou oferecer opções nas quais elas possam se sentir prazer e serem criativas, inteiras e acolhidas, sem fortalecer
o padrão cultural/corporal (encurtamento posterior) de resposta ao medo? Apenas estas questões já suscitariam uma boa reflexões
sobre o papel de diferentes visões sobre o corpo no desenvolvimento corporal das crianças.
O corpo é cultura e na cultura se faz e se refaz. Somos plásticos, moldados e modeladores de cultura e de corpos. Somos,
assim como as culturas, processos dinâmicos que perduram por algum tempo. Isto é nossa estrutura, e não algo estático.
Podemos descrever para as crianças um mundo de campos energéticos, sem restrições de espaço/tempo, ou, ao contrário, como
quer a ciência oficial, demonstrar a estrita validade das relações mecânicas de causa /efeito para quaisquer eventos. É uma
questão, também, de opção. Da mesma maneira, se quisermos, podemos ensinar uma técnica de arremesso, procurando isolar os
movimentos dos membros superiores (sleeve), ao invés de uma ação integrada que envolva as ações mais profundas e, conseqüentemente,
interiores (core).
Podemos em nosso trabalho corporal, oferecer um referencial sobre o qual se organizar (linha). Diz a filosofia chinesa
que para fortalecer os peixes de um lago deve se colocar uma grande pedra em seu centro para que estes nadem em torno. Assim
é com a linha. Mover-nos em seu redor nos fortalece em todos os sentidos. Ancorar-se por dentro, no core, permite se equilibrar
a partir de dentro, dissolvendo o padrão de tensões artificiais e desiguais usadas para se manter uma postura construída pelo
ego. Perceber a fáscia como continente e suporte nos leva a uma idéia de equilíbrio tensegritivo, reflexo de um ser integrado,
ao contrário do ser fragmentado, descrito pelos manuais de ginástica localizada.
Estamos propondo uma nova visão para a educação corporal que integre conhecimentos múltiplos. Enquanto os currículos dos
cursos de formação superior estiverem atados a corpos teóricos ultrapassados estaremos correndo o risco de descrever o mundo
para as crianças como se o Sol girasse sobre a Terra, como queria o sistema geocêntrico. O corpo não é uma máquina. Aliás,
as máquinas têm o corpo como modelo e não o contrário.
Penso que nossas descrições a respeito do mundo podem ser mais interessantes do que aquelas que preconizam o materialismo
rasteiro, o reducionismo desatento e o dualismo banal no trato das questões relativas ao corpo. No entanto, não podemos esquecer
que a Realidade está além da linguagem e que esta é um filtro necessário para que não topemos face a face com sua magnitude.
Ouvi, como uma criança, atentamente a descrição da Dra. Ida P. Rolf. Talvez, e ainda bem, não tenha entendido um centésimo
de suas estórias sobre o corpo e seu equilíbrio no campo gravitacional, mas creio que vislumbrei algo de muito importante
em sua visão sobre fenômeno humano, expresso em sua materialidade corporal. Equilíbrio e harmonia talvez sejam os melhores
antídotos para o já citado mal estar da civilização, e o prazer contido em sua busca e na busca do auto-conhecimento, podem
ser um justo e belo caminho a ser compartilhado.
Patricio Casco, janeiro 2003

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TEXTO 2
TRES PERCEPÇÕES ACERCA DA LINHA
Segundo o filósofo místico S.Boaventura, a alma humana possui três olhos: o olho da carne, o olho da razão e o olho da
contemplação. Com o primeiro percebemos a realidade física tridimensional, espaço-temporal, causal, através dos cinco sentidos
(no que acrescento toda as suas extensões científicas, tais como telescópios, microscópios e quaisquer outras parafernálias
tecnológicas), com o segundo conhecemos a própria mente e seus processos lógicos, a filosofia e as relações simbólicas e abstratas.
Com o terceiro contemplamos a realidade transcendente, que está além dos símbolos e dos códigos lingüísticos. Esta é uma visão
que encontra paralelos em várias tradições e pode ajudar a perceber os fenômenos, mantendo uma certa distância crítica entre
as diversas formas de conhecimento.
Ao abordar o fenômeno linha, espero manter o que considero fundamental, que é a sua característica multidimensional. Podemos
descrever aspectos objetivos da linha com o olho da carne. Perceber relações que, geométrica e objetivamente nos levam à construção
de uma linha perceptível no espaço/tempo, construída pela gravidade e pelo indivíduo. Adicionar energia mensurável (mecânica
ou térmica p.ex.) a um sistema vivo, mudar a forma de sua fáscia e ajudá-lo a encontrar uma outra posição no espaço. Até este
ponto, podemos estar isolados daquilo que percebemos, definindo e discriminando o sujeito do objeto. O que em outro nível
é entendido como expressão emocional, aqui é percebido como, por exemplo, alteração do padrão respiratório.
Com o segundo olho, o da razão, entramos no reino dos significados. Qual o sentido e o significado da linha para mim?
Com certeza não é o mesmo para outra pessoa. Minha experiência, assim como a do outro, é única. Penso que o processo de integração
estrutural é um caminho a ser compartilhado entre os envolvidos, não importando que posição ocupe na mesa de trabalho corporal.
Este nível de aprendizagem pertence ao mundo da linguagem e envolve a expressão das emoções nos níveis mais distintos. Fica
claro o aspecto subjetivo e relacional destas questões. Informação, expressão, linguagem, significado cabem aqui.
Com o terceiro olho nos abrimos para a compreensão translinguística e contemplativa do fenômeno linha. Perceber sua
existência multidimensional é um indício de auto percepção, que pode ser um caminho para o desenvolvimento espiritual. Buscar
a transcendência implica no abandono dos símbolos (com os quais o ego se identifica, se forma e se mantém) para a compreensão
da realidade última. Aqui, qualquer palavra atua como limitadora da experiência.
Estar conectado com a realidade transcendente (o que creio pode ser facilitado com a construção permanente da linha),
implica uma identificação com a Unidade, que está além do espaço, do tempo, dos símbolos e dos arquétipos. O alcance deste
estado, no taoísmo, equivaleria ao encontro pleno da Terra com o Céu. No zen, é expressa como satori. No budismo, ao estado
de samadhi. No hinduísmo, alcançar o Nirvana. Na Cabala, o encontro entre a raiz e o topo da copa da Árvore da Vida, através
do seu caminho central (devocional).
Neste sentido, quando falamos da linha podemos estar falando de várias dimensões de conhecimento, que podem coexistir,
ampliando em diversos graus a nossa percepção da realidade.
A linha como passo evolutivo da espécie
Existem fenômenos físicos que são bastante conhecidos. Um deles é a ressonância. Uma corda afinada e tocada no mesmo
tom haverá de ressoar com outra intocada e as duas vibrarão como uma só. No campo biológico existem fenômenos semelhantes.
Duas células cardíacas, em contração induzida, colocadas a uma certa distância vibrarão aleatoriamente até que postas cada
vez mais próximas irão “acertar o passo” e vibrar conjuntamente. O Universo é pura vibração. A ordem e
o caos possuem cada qual a sua música e tons particulares. O cosmo é a expressão de uma maior presença de um ou outro, caos
e ordem em infinito movimento (a dança de Shiva). É energia sutilmente organizada em vários padrões distintos. Qualquer alteração
em um padrão afetará todos os outros. Esta unidade é um conjunto de padrões que persistem durante algum tempo. Seus ciclos
de vitalidade, degeneração e restauração são amplamente conhecidos.
Outro fenômeno bem estudado é a força da gravidade. Estamos sujeitos a um intenso e permanente campo gravitacional,
responsável pela nossa função/estrutura e de como nos organizamos e agimos no espaço. Um corpo organizado de maneira equilibrada
dispende menos energia para manter-se. Está livre de tensões e contrações e contradições desnecessárias. Suas ações são fluentes,
vivas e eficazes. Este corpo possui um equilíbrio interno (core) e este é traduzido na sua superfície (sleeve) como ação relaxada,
materialização, em sintonia fina, dos eficientes planos motores criados no córtex. Sua coluna, ou melhor, sua espinha, flutua
dentro do corpo, e sua bacia tem liberdade de movimento. Sua musculatura intrínseca esta ativa e pulsante e atua na organização
dos grandes grupos, iniciando e dando direção às grandes trações musculares. O corpo, todo ele envolvido pela fáscia, seu
elemento mais plástico e moldável, unidade que se estende da superfície aos planos mais profundos da estrutura, parece auto
sustentado. Este corpo gravita em torno de um conceito multidimensional denominado linha. Sua psique tende a ser tão flexível
e relaxada quanto a estrutura. A psique é a estrutura.
Esta idéia da linha acompanha a humanidade há muitas eras. Em muitas culturas se afirma que o contato com as dimensões
cósmicas e energéticas mais sutis é obtido na medida em que o corpo se alinha com o campo gravitacional e age conjuntamente
com este. Um corpo alinhado exprime sua vibração como resultado de sua economia energética particular. Qualquer trabalho que
se faça para construir este alinhamento aumentará o nível de energia total do sistema, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente,
se economizará em seu dispêndio. Algumas pessoas vêm estes campos e padrões físicos, energéticos, biológicos e psiquicos como
campos de luz (aura).
Voltemos à ressonância. Uma pessoa que busque o equilíbrio corporal e se organize em torno da linha expressará um padrão
vibratório particular? Em que medida haverá ressonância com outros corpos? Um corpo equilibrado evoca a idéia de equilíbrio.
Somos linguagem materializada e nesse sentido, se idéias movem estruturas, transformando-as, apenas esta idéia já possui em
si um potencial transformador. Uma boa resposta adaptativa não custa, na prática, a ser seguida. Na Natureza a idéia de evolução
implica em soluções de maior sucesso serem mais permanentes. O equilíbrio corporal do ser bípede, obtido pela posse da linha
é uma resposta adaptativa de alto nível, dentro da evolução da nossa espécie. Existem inúmeros trabalhos científicos que demonstram
que transformações evolutivas e coletivas ocorrem após uma certa massa crítica de indivíduos ser atingida por algum tipo
de transformação. Será que após uma certa quantidade de pessoas alinhadas (quantos séculos isto levará?) o fenômeno linha
não se tornará, instantaneamente, parte do padrão da espécie? Penso que sim.
Nossas respostas adaptativas até aqui têm sido espontâneas e, como resultado, conhecemos muito pouco sobre nosso potencial.
Nosso desenvolvimento espiritual é limitado parte por nossas limitações corporais, parte pelo conjunto de símbolos que cultivamos.
(se usarmos a linguagem da informática, algo como o hardware e o software respectivamente). Nossas atitudes (e nossa postura)
são filhas de nossas crenças. Mudar da idéia de postura para a idéia de auto-sustentação é um passo espiritual, um salto quântico
no processo evolucionário. Se conectarmos com as idéias milenares, principalmente as do Oriente, veremos que estas culturas
não concebem a idéia de fragmentação entre corpo e mente. O ser que estabelece uma conexão com dimensões mais elevadas alinha-se
corporalmente para recebê-las. Transforma-se em um receptor do fluxo energético mais obvio, a força gravitacional. Através
desta canalização é possível se estabelecer uma plataforma para buscas espirituais mais profundas.
Muitas são as formas, técnicas e práticas corporais e espirituais de se atingir este equilíbrio. Não conheço nenhuma
intervenção corporal tão poderosa quanto a Integração Estrutural (rolfing). A ação direta sobre a fáscia e a adição energética
e organizadora do trabalho corporal é poderosamente transformadora. O grau de consciência desta transformação pode variar
de indivíduo para indivíduo. Em alguns estas mudanças serão permanentes e em outros durará menos tempo, sem porém jamais retornar
ao início. Sua mudança poderá estar presente para sempre em suas emoções, palavras e atitudes, livres das cadeias corporais
e com mais expressão do que antes e isto transformará todo o seu meio. Sua evolução será percebida e, mesmo inconscientemente,
seguida.
Esta é outra forma da ressonância já referida, só que em expressa em outro plano, diferente do puramente físico (corda
do instrumento) ou do biológico (células sincronizadas) alcançando aqui, um patamar que poderíamos chamar de espiritual. Seres
humanos ressonantes em nossa humanidade, traduzidos no conceito físico/metafísico da linha. Entendo-a como um poderoso símbolo
multidimensional, no qual podemos ancorar nossa estrutura corporal, emoções e pensamentos. Enfim, a linha pode ser um caminho
para a iluminação espiritual, corda ou escada pela qual podemos subir ou descer livremente pela Árvore da Vida. O rolfing
pode ser um recurso para potencializar esta via de desenvolvimento.
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